segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Homenagem a Badaró (1933-2008)


Ele era o Chinesinho Lim Pó Pó. A figura do chinês de longos bigodes, sempre atrapalhado por não saber falar bem o "portugalês" e a perguntar constantemente "como ixpilico?", é, sem dúvida, a mais marcante de todas as personagens criadas por Badaró, o actor que dia 2 de Novembro faleceu, vítima de câncro. Tinha 75 anos.

Maulio Heidar Badaró nasceu no Brasil em 1933. Estreou-se com 19 anos como locutor na Rádio Record, em São Paulo. Em 1958, desfeito um noivado no Brasil, decidiu apanhar o avião para conhecer a Europa. Paris era o seu destino. Em Lisboa, onde ia só ficar por uns dias, para apresentar o espectáculo Fogo no Pandeiro, no Teatro Avenida, apaixonou-se de novo: pelas pessoas e pelos lugares. E foi ficando. Cabelo encaracolado, 1,68 metros de altura, sotaque carregado, Badaró revelou os dotes de humorista e começou a dar nas vistas nos palcos portugueses.

Entrou para o mundo da revista, fez amigos como Hermínia Silva, Raul Solnado e Vasco Morgado - uma amizade que lhe iria sair cara. Logo após o 25 de Abril, a polémica. Badaró insistiu em continuar a fazer os seus espectáculos que a crítica considerava "alienantes" por serem cómicos e por terem mulheres bonitas e semi-nuas. Criticado também por outros artistas, pateado e acusado de reaccionário, Badaró foi progressivamente afastando-se nos palcos e o sucesso só lhe voltaria a sorrir verdadeiramente na televisão - mas mesmo quando o público o elogiava, o seu sucesso nunca foi unânime.

"Tinha o rótulo de complicado. Paguei a factura bem paga e em muitas prestações", confessou numa entrevista em 1983. Anos mais tarde, acusava: "A crítica só é favorável a um determinado quadrante político ou número de amigos." Apesar de tudo, em 1994 naturalizou-se português sem sequer pôr a hipótese de manter a dupla nacionalidade.

Este ano, queria fazer um grande espectáculo no Parque Mayer para comemorar os 50 anos de carreira. Mas foi impedido pela doença. Além de Parkinson, lutava contra um câncro no estômago. O corpo seguirá para a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, cumprindo o desejo do artista de que o seu corpo fosse entregue à ciência.

Texto adaptado de http://dn.sapo.pt/2008/11/02/artes/morreu_badaro_o_actor_criou_o_popula.html


Vídeos

Notícia na RTP (cliquem no endereço, se não funcionar, colem-no na barra de endereço)
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=370912&tema=32

homenagem youtube



Programa «Heranças d'ouro» com badaró - parte 1


Programa «Heranças d'ouro» com badaró - parte 2


A barata


Dragon ball z



Esperemos que muitas gerações continuem a gostar dele.
Até sempre BADARÓ!